Resumo: TRABALHO E INTERAÇÃO EM HABERMAS
Por Edivaldo Vieira Barros
Neste capítulo, Habermas descreve sobre o trabalho e interação baseado
na filosofia do espírito desenvolvida por Hegel nos anos de 1804 a 1806 em Iena,
nessa filosofia, é possível encontrar traços de uma ruptura no pensamento do
jovem e velho Hegel. Na filosofia do espírito, Hegel designa três módulos das
relações dialéticas (decorrentes das categorias linguagem, instrumento e
família): a representação simbólica, o processo do trabalho e a interação.
Segundo Habermas, ao contrário do que se pode supor (que o espírito se
manifesta através da linguagem, do trabalho e da relação ética), o conceito de
espírito surge da relação dialética de simbolização linguística, de trabalho e
de interação. Para ele, “só quando tomados conjuntamente, é que os três modelos
dialéticos de consciência existente tornam o espírito transparente na sua
estrutura” .
Considera que a visão de Hegel ultrapassa a relação da reflexão solitária, privilegiando uma relação
complementar dos indivíduos que se conhecem. A experiência da auto-reflexão,
nesse contexto, não seria mais originária: seria o resultado da interação onde
o Eu aprendo a ver-me com os olhos do outro sujeito. Explica que “a consciência
de mim mesmo deriva de um entrelaçamento das perspectivas. Só com base no
reconhecimento recíproco se forma a autoconsciência, que se deve fixar no
reflexo de mim mesmo na consciência de um outro sujeito”. Por conta disso,
Hegel só poderia encontrar a origem do Eu na teoria do espírito. Dessa
forma, compreende que, na perspectiva hegeliana, o espírito não seria o
fundamento que se extrai da subjetividade do si mesmo na autoconsciência, mas
“o meio em que um Eu comunica com outro Eu e a partir do qual, como de uma
mediação absoluta, se constituem ambos reciprocamente como sujeitos”.
Prossegue o autor, afirmando que o Eu como autoconsciência seria
universal, pois ele deriva da abstração de todos os conteúdos que são dados
para um sujeito cognoscente. Justifica esse caráter universal do Eu como
autoconsciência, alegando que, por meio dessa categoria, considera-se como
individuo qualquer sujeito possível. Por outro lado, dentro da mesma categoria,
seria possível pensar em cada caso um sujeito determinado, que se afirmaria
como algo único e individual. “A identidade do Eu refere-se, pois, não só àquela
unidade abstrata da autoconsciência em geral, mas ao mesmo tempo à categoria da
particularidade”.
Por isso, no meio dessa universalidade (denominada de universal
concreto), os particulares podem identificar-se uns com os outros e
preservar-se, da mesma forma, como não idênticos uns em relação aos outros. Habermas
conclui que “o Eu só se pode conceber como autoconsciência se for espírito,
isto é, se passar da subjetividade para a objetividade de um universal no qual,
com base na reciprocidade, os sujeitos, que se sabem a si mesmos, se unificam
como não idênticos”.
Na Teoria da Ação Comunicativa Habermas coloca a linguagem como foco
principal, pois a linguagem é o que difere o ser humano dos demais animais,
essa obra é critica pelos marxistas. Marx está voltado nas suas obras para a
práxis, a execução do trabalho. A interpretação do trabalho em Marx é a mesma
que esta na fenomologia de Hegel. O Capitalismo moderno predomina na ação
instrumental onde afirma Habernas: " O capitalismo oferece uma legitimação
de dominação que não desce mais do que o céu da tradição cultural mas pode ser
estabelecida sobre a base do trabalho social".
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