segunda-feira, 23 de setembro de 2013

TRABALHO E INTERAÇÃO EM HABERMAS

Resumo: TRABALHO E INTERAÇÃO EM HABERMAS
 Por Edivaldo Vieira Barros

Neste capítulo, Habermas descreve sobre o trabalho e interação baseado na filosofia do espírito desenvolvida por Hegel nos anos de 1804 a 1806 em Iena, nessa filosofia, é possível encontrar traços de uma ruptura no pensamento do jovem e velho Hegel. Na filosofia do espírito, Hegel designa três módulos das relações dialéticas (decorrentes das categorias linguagem, instrumento e família): a representação simbólica, o processo do trabalho e a interação.
Segundo Habermas, ao contrário do que se pode supor (que o espírito se manifesta através da linguagem, do trabalho e da relação ética), o conceito de espírito surge da relação dialética de simbolização linguística, de trabalho e de interação. Para ele, “só quando tomados conjuntamente, é que os três modelos dialéticos de consciência existente tornam o espírito transparente na sua estrutura” .
Considera que a visão de Hegel ultrapassa a relação da reflexão solitária, privilegiando uma relação complementar dos indivíduos que se conhecem. A experiência da auto-reflexão, nesse contexto, não seria mais originária: seria o resultado da interação onde o Eu aprendo a ver-me com os olhos do outro sujeito. Explica que “a consciência de mim mesmo deriva de um entrelaçamento das perspectivas. Só com base no reconhecimento recíproco se forma a autoconsciência, que se deve fixar no reflexo de mim mesmo na consciência de um outro sujeito”. Por conta disso, Hegel só poderia encontrar a origem do Eu na teoria do espírito.  Dessa forma, compreende que, na perspectiva hegeliana, o espírito não seria o fundamento que se extrai da subjetividade do si mesmo na autoconsciência, mas “o meio em que um Eu comunica com outro Eu e a partir do qual, como de uma mediação absoluta, se constituem ambos reciprocamente como sujeitos”.
Prossegue o autor, afirmando que o Eu como autoconsciência seria universal, pois ele deriva da abstração de todos os conteúdos que são dados para um sujeito cognoscente. Justifica esse caráter universal do Eu como autoconsciência, alegando que, por meio dessa categoria, considera-se como individuo qualquer sujeito possível. Por outro lado, dentro da mesma categoria, seria possível pensar em cada caso um sujeito determinado, que se afirmaria como algo único e individual. “A identidade do Eu refere-se, pois, não só àquela unidade abstrata da autoconsciência em geral, mas ao mesmo tempo à categoria da particularidade”.
Por isso, no meio dessa universalidade (denominada de universal concreto), os particulares podem identificar-se uns com os outros e preservar-se, da mesma forma, como não idênticos uns em relação aos outros. Habermas conclui que “o Eu só se pode conceber como autoconsciência se for espírito, isto é, se passar da subjetividade para a objetividade de um universal no qual, com base na reciprocidade, os sujeitos, que se sabem a si mesmos, se unificam como não idênticos”.

Na Teoria da Ação Comunicativa Habermas coloca a linguagem como foco principal, pois a linguagem é o que difere o ser humano dos demais animais, essa obra é critica pelos marxistas. Marx está voltado nas suas obras para a práxis, a execução do trabalho. A interpretação do trabalho em Marx é a mesma que esta na fenomologia de Hegel. O Capitalismo moderno predomina na ação instrumental onde afirma Habernas: " O capitalismo oferece uma legitimação de dominação que não desce mais do que o céu da tradição cultural mas pode ser estabelecida sobre a base do trabalho social".

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